Além da LG e da Samsung, que anunciaram o G5 e os Galaxy S7 e S7 Edge, respectivamente, a Nokia realizou uma conferência pré-MWC neste domingo (21) na qual falou sobre seus planos para 2016. Muita gente esperava para a revelação de um novo smartphone totalmente desenvolvido pela companhia, após sua divisão mobile ter sido adquirida pela Microsoft em 2013. Contudo, isso não aconteceu.
Só que a empresa sediada na Finlândia e pioneira na indústria de celulares não deixará esse mercado tão cedo. Pelo menos de acordo com Rajeev Suri, CEO da Nokia, que mesmo sem um cronograma definido, confirmou que a entidade voltará a vender telefones inteligentes no futuro.
“Não temos uma previsão, e nem estamos com pressa. Isso pode acontecer em 2016, como também pode acontecer depois”, disse o presidente executivo. Ele ainda reformou de que novos smartphones da Nokia só serão possíveis com a ajuda de “parceiros ideais”. Na prática, isso significa que a Nokia não seria responsável pela fabricação dos aparelhos, se limitando a licenciar sua marca na produção desses dispositivos.
Suri também reiterou que a companhia acredita ter potencial suficiente para causar impacto no mercado de smartphones, mas que não pretende assumir riscos que comprometam a qualidade de seus futuros produtos. “Queremos estar em uma posição onde podemos criar os aparelhos em questão e tomar as atitudes apropriadas caso eles não atinjam as expectativas”, declarou. Por conta disso, o CEO sugeriu que a Nokia pode investir em dispositivos da categoria “premium”, em vez de se focar em gadgets intermediários ou de baixo custo. “Acreditamos que este é um modelo de negócios rentável”.
Perguntado se a Nokia consideraria a Foxconn como uma de suas possíveis parceiras, Suri disse que ainda é muito cedo para saber. Vale lembrar que a fabricante chinesa, atual responsável pela fabricação dos iPhones, foi responsável pela produção do tablet N1, anunciado em novembro de 2014 e que roda uma versão do Android baseada no launcher Nokia Z.
Internet das Coisas e 5G
Embora o lançamento de um novo celular não tenha sido “a maior coisa que você já viu”, prometida num teaser divulgado na última semana, a Nokia anunciou grandes novidades para o setor corporativo. Uma delas é a criação de um fundo de US$ 350 milhões para investir em Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). O fundo será administrado pelo grupo Nokia Growth Partners e investirá primeiramente em empresas que desenvolvam tecnologias com base nesse conceito, incluindo produtos como carros conectados, saúde digital, big data e analytics.
Rajeev Suri, CEO da Nokia, durante conferência na MWC 2016. (Foto: Stephen Lawson/PC World)
Outra área de atuação da Nokia será na quinta geação de internet móvel. De acordo com Suri, é preciso começar desde já o desenvolvimento e ampliação da tecnologia pois ela será o motor da adoção da IoT no mundo todo. “Vamos aumentar drasticamente nossos investimentos em 5G neste ano e libertar o poder de nossa gigantesca máquina de inovação”, destacou. A previsão do executivo é que as primeiras implementações comerciais já façam uso do 5G a partir de 2017.
Para mostrar que está comprometida com a quinta geração, a Nokia anunciou o AirScale, um ecossistema de redes e que poderá justamente ser parte da rede móvel de dispositivos que operam na IoT. Ele é compatível com redes 2G, 3G, TDD-LTE, FDD-LTE, LTE Advanced, LTE Advanced Pro, e será com a 5G. Além disso, a novidade pode se adaptar às futuras frequências liberadas por órgãos reguladores em diferentes países e usa 60% menos energia que os equipamentos antigos, uma vez que toda a gestão é baseada em nuvem por meio de data centers com a solução Nokia Airframe.
Também há uma variante dessa tecnologia, a chamada AirScale Wi-Fi, que agrega redes Wi-Fi às redes móveis do AirScale tradicional. As velocidades de acesso podem chegar até 1 Gbps, e o produto é voltado para empresas que prestam algum tipo de serviço móvel, mas que não possuem um espectro licenciado.
O foco na quinta geração é fruto da fusão com a francesa Alcatel-Lucent, companhia especializada em telecomunicações e tecnologias de equipamentos de rede da qual a Nokia assumiu o controle no início deste ano por US$ 16,6 bilhões. Segundo o presidente executivo da finlandesa, o processo de fusão entre as duas empresas está acontecendo de forma eficiente, e que o grupo já oferece a seus clientes produtos do novo portfólio. Por fim, a Nokia também anunciou a aquisição da Nakina Systems, entidade canadense que desenvolve soluções de segurança em redes. O valor da transação não foi divulgado.
Fonte: CanalTech
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